segunda-feira, 11 de outubro de 2010

O problema é que os humanos estão esquecendo de ser.

Cada dia que passa eu fico mais incontente com o mundo.
Talvez não seria o mundo, mas sim as pessoas. O problema é que o recheio do mundo são as pessoas. E isso está ficando cada dia mais estragado.
Cada um está mais preocupado com seu próprio umbigo.
Se o mundo vai acabar em fogo, cada um está em busca de uma pesquisa ou experimento científico que o salve das chamas.
Ninguém se preocupa com o bem comum.
Reflitam após lerem a tirinha ao lado.
Se ao menos tentássemos ser alguém melhor, talvez conseguíssemos.
"As formigas são pequenas, mas formam um exército juntas." (Raul Seixas)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Este mundo da injustiça globalizada.

Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.

José Saramago - 18/03/2002 (Ultimos parágrafos retirado do texto "Este mundo da injustiça globalizada")

terça-feira, 5 de outubro de 2010

"O sistema é mau mas minha turma é legal."

Uma coisa é fato: as eleições estão na metade - ainde existe segundo turno em alguns estados - e a insatisfação de muitas pessoas é perceptível. É claro que se fosse insatisfação da maioria, não haveria um porque dela existir.
Mas convenhamos: Roseana Sarney ser eleita no MA já é uma coisa mais que absurda. "Depois não venham reclamar que a saúde não presta, que a educação tá ruim." Quando teve o poder não mão soube usar. E é isso que me deixa mais indignada: a falta de informação. Se metade das pessoas que votam soubesse o verdadeiro valor do seu voto não faria tanta burrada nas eleições e não trocaria seu voto por nenhum pedaço de pão.
Se os governadores investissem realmente na educação, e obrigassem que todos tivessem uma matéria para o estudo exclusivo dos Direitos Humanos, da Lesgilação e todas essas outras coisas que muitas pessoas nem sabem que existem, talvez 10% a mais dos brasileiros se sentissem mais úteis e reivindicassem mais os seus  direitos.
Mas o pior é que temos mania de achar que já conquistamos muito, e que as coisas vão ser resolvidas e blablablá. Agora me diga: quantas revoluções ou protestos existem anualmente no Brasil? Além das greves, eu não lembro de nenhum grande movimento para a luta dos nossos direitos.
Dos anos 20 aos anos 90 esse tipo de movimento era bem mais frequente.
Vamos acordar? Fazer do Brasil um país digno e um exemplo de saúde, educação e outras coisas que também são importante para a nossa sociedade? Parar com essa mania de dizer: "-o Brasil não presta" "-brasileiros são burros" "-podemos matar pessoas, explodir tudo e eles (os brasileiros) dizem obrigado, obrigado e leve um macaco!" (Sylvester Stallone)
Ora, se nós somos brasileiros não podemos aceitar isso como piadinhas de loiras, por exemplo. (Eu sou contra qualquer tipo de piada ofensiva, mas não quero que piadas sobre o meu país fique tão normal quanto essas.)
Mas, reflita: Um simples gesto de uma pessoa pode mudar uma vida. Um simples gesto de milhares de pessoas pode mudar uma geração. Ou você quer que seu filho cresça em um mundo mais Globalizado do que o que já vivemos? Que a maior parte do seu tempo vai ficar assistindo televisão, comendo fast-food e se matando aos poucos?
Qual o futuro que você quer para o seu futuro?

Alice Diniz